sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Da horta para a mesa dos algarvios

É daquelas pessoas que no supermercado escolhe a fruta peça a peça? Costuma olhar para o rótulo para verificar a proveniência? Ou prefere antes a secção dos biológicos?


Se em alguma das hipóteses respondeu «sim», deve continuar a ler este artigo e ficar a saber que já existe quem possa satisfazer as suas exigências quase sem sair de casa, agora que o programa Promover e Vender (Prove) está implementado em quatro concelhos do Algarve.


A ideia é dar aos consumidores a garantia de que os frutos e hortícolas que chegam à mesa são integralmente cultivados na região, recorrendo a métodos sustentáveis ou à produção biológica.


«Ao optar por este programa, o consumidor sabe exatamente de onde provêm os alimentos que consome e pode, inclusivamente, conhecer o rosto dos produtores. Além disso, ao eliminarmos a figura da loja, há a garantia de que o agricultor recebe um custo justo pela produção, pois é eliminada a margem da distribuição», explicou ao «barlavento» Miguel Velez, técnico da associação InLoco, entidade responsável pela implementação do projeto Prove no Algarve.


«Depois, há vantagens económicas porque o cabaz entregue pode ficar mais barato do que se os vegetais e frutos fossem comprados de forma avulsa, pois o consumidor assinala sempre o que não quer», prossegue.


De forma a abranger o máximo de produtores, foram criados três núcleos Prove no Algarve, embora cada um possa assegurar a distribuição em mais de uma cidade.


É o caso do núcleo de Loulé que, depois de ter ditado o arranque do Prove no Algarve, em novembro do ano passado, naquela cidade, passou recentemente a assegurar a distribuição de um cabaz 100 por cento biológico em Faro, junto aos Campi das Gambelas e Penha da Universidade do Algarve.


Semanalmente, são já entregues 15 cabazes em Faro, até porque o núcleo de Loulé é constituído por dois produtores biológicos: Norberto Coelho e a Quinta do Freixo. Para que nada falte ao sortido de frescos, a articulação estende-se a outros fornecedores biológicos fora do concelho.


«A ideia é tentar que os produtores se auto-organizem, criando redes próprias que sejam capazes de responder quer ao escoamento da sua produção, quer à satisfação das encomendas», notou Miguel Velez ao «barlavento».


Também há duas semanas, em Tavira, foi criado outro núcleo Prove, constituído por dois agricultores biológicos. Mais vocacionado para o Sotavento, tem como motor dois jovens agricultores – João Pedro e a Pauline van Diepen.


A lista algarvia fica completa com o núcleo de São Brás que, apesar de ter sido o segundo a ser formado no Sul do país e de partilhar a mesma filosofia, recorre apenas aos produtos da época, não ostentando o «rótulo» biológico.


Na lista do cabaz, estão as tradicionais batatas, laranjas ou espinafres, mas, caso o consumidor pretenda, podem ser entregues hortícolas e frutas menos comuns como o chu-chu, a beringela ou o abacate. De forma a estimular o consumo destas variedades, estão disponíveis receitas no sítio do projeto em http://www.prove.com.pt/.

Neste momento, não está ainda criada uma rede de distribuição porta a porta, até porque isso encareceria os custos. Em alternativa, e à medida que os produtores forem aderindo, haverá mais núcleos nas restantes cidades do Algarve, nomeadamente no Barlavento. Por enquanto, os produtos são entregues uma vez por semana em local e hora fixa.


Perguntas e respostas:
O que é Prove?
O projeto Promover e Vender (Prove) reúne um grupo de pequenos agricultores com o objetivo de melhorar o escoamento das suas produções. Pretende a proximidade entre quem cultiva e quem consome, apoia a produção e sensibiliza os consumidores para as vantagens de consumir frescos oriundos de hortas próximas da sua casa.

Quanto custa?
O cabaz 100% BIO contém legumes, frutas e ervas aromáticas, pesa aproximadamente 9 quilos e custa 15 euros. Pode ser entregue semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente. As encomendas são feitas por telefone (289840860) ou via online/email (www.prove.com.pt/Algarve) e entregues num local central.

11 de Fevereiro de 2011 | 09:25
filipe antunes
http://www.barlavento.pt/index.php/noticia?id=47340

Sem comentários: